Seminário sobre uma possível construção de barragem em Itapiranga lota Igreja Matriz

Seminário sobre uma possível construção de barragem em Itapiranga lota Igreja Matriz

Na noite desta terça e quarta-feira (29 e 30/04), na Igreja Matriz de Itapiranga, foi realizado um Seminário com uma sequência de palestras e debates sobre os possíveis impactos e contribuições da barragem para o município de Itapiranga. A iniciativa é do Núcleo de Estudos para o Desenvolvimento Regional que busca, a partir do defrontamento desta incógnita que poderia alterar substancialmente o cenário local, elucidar a população, apresentando os prós e contras de tal empreendimento. O núcleo é formado por professores da FAI Faculdades e a consultora da Associação dos Empresários de Itapiranga.

De acordo com Marino Eyerkaufer, membro do núcleo e um dos organizadores, o evento teve como objetivos: proporcionar à comunidade informações relativas aos impactos (custos) ambientais e sócio-econômicos da construção da barragem; evidenciar possíveis contribuições (benefícios) deste empreendimento para o município; e possibilitar aos moradores a oportunidade de conhecer alguns pontos positivos e negativos deste empreendimento, a fim de que possam formar uma opinião acerca do assunto.

Após a abertura do evento com apresentação dos parceiros e objetivos, na primeira noite, o ex-prefeito de Itá, Milvo Zancanaro, e o prefeito de Águas de Chapecó, Moacir Dalla Rosa, abordaram a realidade vivida com a construção das barragens nos dois municípios. Na seqüência das explanações, a comunidade pode fazer os questionamentos para cada palestrante. O MAB fez suas indagações através dos coordenadores locais, e também o sindicato através do presidente Cornélio. Autoridades locais e acadêmicos também fizeram suas considerações e questionamentos acerca do assunto.

Para a noite de quarta-feira (30), a engenheira florestal Silvia Valdez Barbosa falou sobre os “Impactos sociais, culturais e econômicos das hidrelétricas no Oeste de Santa Catarina”. Silvia é mestre em Engenharia Ambiental e atua como consultora em empresas do setor elétrico, cerâmico, agropecuário e do terceiro setor, além de coordenar estudos referentes a bacias hidrográficas e diálogos com partes interessadas. Ela buscou mostrar e evidenciar os custos sociais, culturais e econômicos entre outros, relativos ao projeto da barragem para Itapiranga.

Em seguida, o especialista em Gestão Social e Políticas Públicas, sociólogo Sadi Baron, que também assessora o Movimento dos Atingidos por Barragens no Estado, apresentou suas considerações sobre o projeto fazendo diversas indagações sobre o mesmo. Baron apresentou números sobre as barragens já construídas ou em construção no Rio Uruguai. O foco da palestra foi “Desenvolvimento e Barragens – os interesses envolvidos” onde realizou comparativos em relação as compensações que o município pode ter ou não com a barragem e os impactos que a usina poderia causar na economia local na área social e ambiental.

Após a explanação do sociólogo, o membro do MAB local, Arsélio Mossmann, fez uso da palavra para enfatizar o posicionamento do Movimento sobre a barragem de Itapiranga, que é totalmente contrário. No momento em que o evento foi aberto para os questionamentos, um representante dos atingidos da região de Catres/Mondaí, fez seus questionamentos aos palestrantes. Da mesma forma, algumas lideranças locais fizeram perguntas e considerações.

São parceiros do evento: Colégio Agrícola São José de Sede Capela; prefeitura de Itapiranga; Movimentos dos Atingidos por Barragens (MAB); FAI Faculdades de Itapiranga; Sicoob Creditapiranga; Associação dos Empresários de Itapiranga (Assemit); Sindicarnes; Sindicato dos Produtores Rurais; Sindicato dos Trabalhadores Rurais; Paróquia São Pedro Canísio; Cooper A1; Movimento de Mulheres Camponesas; Câmara de Vereadores; Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional; Jornal Força do Oeste, Jornal Expressão e Jornal Mensageiro do Sul; e Rádio Itapiranga.